6 de setembro de 2009

CARAÚBAS/RN É DESTAQUE EM MATÉRIA DO JORNAL "O GLOBO".

A cidade de Caraúbas/RN foi destaque em uma matéria publicada no dia de hoje (06) ,pelo Jornal "O Globo", um dos maiores veículos de comunicação do Brasil. A reportagem traz um retrato sobre a seca e a caatinga características de comunidades rurais do semi-árido nordestino, e traça um perfil de mudança, impulsionado pela chegada de projetos como o "Dom Hélder Câmara".

Veja a matéria na íntegra.

Na comunidade Santa Agostinha, em Caraúbas (RN), Francisco Evanildo Costa de Melo (esquerda),24 anos, lidera um grupo de jovens que produz cosméticos à base de mel no meio da caatinga./Foto:Hans von Manteuffel.

CARAÚBAS (RN) - A caatinga está mudando, graças, em parte, ao Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC), parceria entre o governo brasileiro e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida), órgão das Nações Unidas que financia iniciativas de desenvolvimento humano em várias regiões semiáridas do mundo.

Como mostra reportagem de Letícia Lins, publicada na edição do Globo deste domingo, o projeto, implantado em 2003, está hoje em seis estados e 77 municípios. Ele contrata organizações não governamentais e entidades educativas para ensinar a comunidades do Nordeste tecnologias de convivência com o semiárido e meios de obter empréstimos de instituições financeiras. Ou seja, ensina a conviver com a seca.

Respeita-se a vocação das comunidades, ou seja, a que criava cabras, mas perdia o rebanho a cada seca, melhora essa criação, por exemplo. E ensina-se a agregar valor, beneficiando o produto.

Em Caraúbas, município a 330 quilômetros de Natal, e outras 77 cidades do Nordeste, cerca de 15 mil famílias já não tentam sobreviver apenas do secular tripé milho-mandioca-feijão, que, quando muito, lhes garantia apenas a subsistência. Quando perdiam a colheita com a seca, os pequenos produtores iam para as frentes de emergência, criadas pelo governo.

No Sítio Pedra, as moradoras conseguiram agregar valor ás amêndoas de caju: de R$ 0,65 o quilo in natura para R$ 15,00 a castanha processada./Foto: Hans von Manteuffel.

Agora, os pequenos agricultores sertanejos utilizam barragens subterrâneas, que não são destruídas no inverno nem deixam evaporar a água no verão, garantindo terra molhada todo o ano. Os cultivos tradicionais vêm sendo substituídos por hortas orgânicas, que significam não só mais rendimentos como uma nova cultura alimentar. Eles também vêm agregando valor à produção, ao fazer sucos, compotas, polpas congeladas e processamento da castanha de caju.

Um exemplo é a comunidade de Sombras Grandes, que não tinha água ou energia e registrava altos índices de Mal de Chagas, devido às casas de taipa. Hoje, suas 30 famílias têm luz, água encanada, chuveiro e residências em alvenaria. Elas viviam de uma atividade predatória: extrair madeira da caatinga para fazer carvão. Agora, aproveitam a água de poços perfurados pela Petrobras em busca de petróleo para irrigar hortaliças e pomares orgânicos. Criam galinhas de capoeira, produzem adubo natural, praticam a caprinocultura e vão iniciar o plantio de algodão.

- Antes aqui era só carvão e lenha, e agricultura de sequeiro (em área sem irrigação) para consumo. Não tinha casa, luz, água nem renda. Agora todo mundo tem TV, máquina de lavar roupa, geladeira, e a água não é mais do pote - afirma Naelson da Silva Medeiros, de 28 anos, presidente da associação de moradores local.

No assentamento Santa Agostinha, a 18 quilômetros do Centro de Caraúbas, as colmeias fazem a festa de 31 famílias. Além de trabalhar na produção do mel, um grupo de 24 jovens fabrica artesanalmente cosméticos como sabonetes, cremes de barbear, óleos bifásicos, sais para banho - uma atividade inédita na caatinga.


Comida colorida e TV em casa

No Sitío Sombras Grandes, José Maria Bezerra, 59 anos, mudou a sua dieta em preto e branco (arroz com feijão) para uma refeição mais colorida e saudável/Fotos: Hans von Manteuffel.

Embora ainda não haja estudos sistemáticos comparando os resultados das novas práticas de agricultura familiar do semi-árido com aqueles de métodos tradicionais, as diferenças já são visíveis até mesmo na mudança da cultura alimentar. Nascido e criado na comunidade Sombras Grandes, em Caraúbas (RN), José Mariano Bezerra, 59, lembra bem das secas de 1958, 1970, 1982 e 1983, quando o pai se alistava nas frentes de emergência, a família passava necessidade, e o gado morria de fome e sede. Ele nem sabe quantas vezes perdeu os plantios de milho, feijão, mandioca e algodão. Hoje, se dedica principalmente à produção de caprinos - que convivem melhor com a seca -, aprendeu a fazer silagem para vacas e cabras.

Bezerra conta que, com as hortaliças cultivadas na comunidade, a dieta já não acontece mais só em "preto e branco", como se refere ao costumeiro feijão com farinha (ou arroz). Lembra que quando não havia luz, ninguém comprava verduras e legumes, porque elas murchavam logo. Agora, com o cultivo na comunidade, as refeições são "coloridas", como sua primeira TV, comprada semana passada.


FONTE: JORNAL O GLOBO (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/09/05/convivendo-com-seca-para-mudar-caatinga-767490180.asp).


SEGUNDO JÁCOME

Um comentário:

  1. É isto, meu caro amigo Segundo.
    A ATOS tem um enorme praze de fazer parte dessa história.
    E digo sem medo de errar: ISSO SÓ ÉSTÁ SENDO POSSÍVEL GRAÇAS AO GOVERNO DO PRESIDENTE LULA. O Projeto Dom Helder Câmara é uma conquista da sociedade brasileira e do povo nordestino em especial.
    Então, não podemos retornar ao passao sombrio e de esquecimento em que este povo vivia.
    O modelo de governo do Presidente Lula tem de continuar!
    E vamos utar pra isso acontecer.
    Abços.
    Prof. Marcos Roberto - Marquinhos
    Professor e Cientista Social
    Coordenador Técnico-Pedagógico da ATOS

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