EM SESSÃO "AGITADA" CÂMARA REJEITA PROJETO DO VEREADOR "PIPI".

A Câmara Municipal dos Vereadores de Caraúbas vivenciou na tarde de ontem (10), uma das sessões mais movimentadas da atual legislatura. Com um plenário absolutamente lotado, foi realizada mais uma sessão legislativa. Na pauta das discussões do dia, estava o "polêmico" projeto "Caraubas eu tô legal", de autoria do parlamentar Silas Sales (DEM), mais conhecido com "Pipi". O referido projeto tinha como finalidade, regularizar a questão fundiária de Caraúbas, reconhecendo como legais algumas residências que foram doadas de forma irregular.

Público compareceu em peso.

As discussões que antecederam a votação do projeto foram bastante "fervorosas". Praticamente todos os parlamentares fizeram o uso da palavra para externarem os seus pontos de vistas com relação ao projeto que estava em discussão. O Projeto de Lei 014/2009, vinha sendo debatido e analisado pelos atores da cena política caraubense, o que causou uma certa expectativa na população, resultado disso foi o comparecimento em peso da sociedade caraubense no auditório da Câmara Municipal de Vereadores.

A seguir estaremos reproduzindo os pronunciamentos travados na sessão. A ordem dos nomes expostos corresponde a sequência dos pronunciamentos feitos pelos parlamentares na sessão.

Silas Sales (DEM)

O parlamentar iniciou os pronunciamentos falando que o projeto que estava em discussão não era dele e sim do povo. "Foi uma luta para que esse projeto chegasse até aqui, o voto contrário do relator da comissão reponsável pela apreciação desse projeto, "Neguinho de Grosso", não impediu que ele viesse a votação". "Chegou a hora de ver se esses vereadores irão honrar os votos que lhes foram confiados, o meu pensamento é legalizar isso, o projeto é legal".

Paulo Brasil (PR)

O vereador Paulo Brasil fez o uso da palavra para questionar o relator da comissão responsável pela apreciação do projeto, "Neguinho de Grosso", que em seu relatório descreveu os requeridos, ou seja, o autores do projeto, de terem agido de forma corrupta na elaboração do mesmo Ao mesmo tempo, o edil Paulo Brasil fez questão de afirmar que o projeto em discussão era legal e que teria o seu voto favorável.

"Neguinho de Grosso" (PMDB)

Com um tom um pouco alterado, Edmilgon Leite, mais conhecido como "Neguinho de Grosso", fez um discurso enfatizando a questão da irregularidade do projeto e a forma como ele foi tratado em alguns veículos de informação local. "Estou com medo pois foi divulgada a idéia de que os vereadores que não votarem a favor do projeto, estariam votando contra o povo, isso é muito errado". "Pipi o seu projeto é problemático, ele não é para legalizar".

Respondendo as indagações do edil Paulo Brasil, "Neguinho" fez questão de ressaltar a sua conduta à frente de cinco mandatos no legislativo municipal, "estou aqui pelo voto popular, votarei contra o projeto porquê teve muita gente rica que recebeu o terreno, o projeto é irregular. Eugênio Alves pecou muito e entregou terrenos à todo mundo", disparou o parlamentar.

Dr. Varela (PC do B)

Em suas palavras, o vereador Francisco Melo Varela "Dr. Varela", fez uma análise jurídica sobre o projeto, enfatizando que ele era inconstitucional. "Eu voto contra o projeto pela lei, ela me impede de dar um voto favorável à algo que pode trazer graves consequências ao município".

O parlamentar falou que faltou bom senso ao edil "Pipi", "Você não teve bom senso, pois o que você queria aprovar daria o poder de qualquer cidadão contruir a sua residência em qualquer espaço público de nossa cidade".

Silas Sales (DEM)

O edil "Pipi" pediu a palavra novamente para questionar a postura do parlamentar "Neguinho de Grosso". Nas palavras de "Pipi", "Neguinho", sempre usou da tribuna para falar do fracasso de todas as gestões. "Você "Neguinho", também deve se sentir responsabilizado pelo fracasso das administrações, pois o seu papel é fiscalizar essas gestões, os quatro vereadores da oposição tem o interesse pela sociedade".

Neguinho de Grosso (PMDB)

Respondendo aos questionamentos do edil "Pipi", "Neguinho" fez um forte discurso e relembrou alguns pontos de administrações passadas. "Pipi você procure saber de minha vida, passei quatro anos da administração passada 'debaixo de uma mesa', vendo os vereadores do prefeito 'casarem e batizarem' nesta casa. O ex-prefeito Eugênio Alves mandou vários projetos impopulares para serem aprovados, a taxa de energia, o projeto de IPTU, e regularização dos transportes foram aprovados por esta casa, só eu e Alcivan Viana (atual vice-prefeito) votávamos contra.

Josean Amorim (PMDB)

O parlamentar Josean Amorim voltou a criticar a forma como o projeto foi tratado por alguns veículos de informação da cidade. Segundo o vereador isso foi muito perigoso. Citando o nome do vereador "Pipi", Josean fez o seguinte discurso, "Vossa excelência colocou os vereadores contra o povo, o seu projeto foi copiado da cidade de Areia Branca, você só fez trocar os nomes, eu oriento a bancada a votar contra".

Hamilton Bezerra (PR)

O vereador Hamilton Bezerra, mais conhecido como Bicudo, fez um discurso bastante sensato, ressaltando que a aprovação do projeto deve ser resolvida pelo prefeito Ademar Ferreira, e que a solução do problema seria a elaboração de um Plano Diretor.

Assis Batista (PSB)

Para finalizar o caloroso debate, o vereador Assis Batista, presidente do legislativo municipal, fez o uso da palavra para falar que o projeto apresentado era inconstitucional. Assis falou também dos erros cometidos pelo ex-prefeito Eugênio Alves, e indagou, porquê ele não mandou este mesmo projeto para a votação na câmara, pois possuia uma grande bancada? "Voto também contra o projeto porque alguns terrenos foram doados à pessoas que não precisavam".

Votação

Encerradas as discussões o projeto foi levado à votação. Pelo placar de 5x4 o projeto foi rejeitado pela maioria dos vereadores.

Votaram à favor do projeto.

Silas Sales (Pipi)
Paulo Brasil
Hamilton Bezerra
Vinícius Amorim


Votaram contra o projeto

Assis Batista
Josean Amorim
Edmilson Leite (Neguinho de Grosso)
Novinho Praxedes
Dr. Varela

Popular se manifesta à favor da decisão dos vereadores.

Por SEGUNDO JÁCOME E LEYSSON CARLOS