(Imagem: Facebook.com)
É possível ver em Brasília cartazes com o simples dizer: Fora Dilma.
No Rio, é fora Cabral. Em São Paulo, o alvo é Alckmin, Os políticos
estão tentando recuperar prestígio fortemente abalado pela convulsão
social. A barulheira das ruas está repercutindo muito em todos os
recantos da política nacional.
A antecipação da campanha eleitoral de
2014 permitiu que o povo se manifestasse livremente. Desconheceu
barreiras. E a resposta foi essa. Descobriram que o país é rico, que os
impostos são altíssimos, os serviços públicos muito ruins e a inflação
incomoda. Não há sinais de que o movimento vá parar.
Isso e muito mais o Jornalista André Gustavo mostra em um Artigo, denominado de "Busca do tempo perdido", publicado no site ABC Polítiko.
Por MAYKON OLIVEIRA
O Supremo Tribunal Federal condenou o senador Ivo Cassol à prisão. O
réu foi sentenciado a cumprir pena de 4 anos, 8 meses e 26 dias em
regime semiaberto por fraudar licitações em benefícios de parentes,
entre 1998 e 2002. O Senador está no exercício de seu mandato. E já
anunciou que vai ajuizar os embargos cabíveis. Há pouco tempo, o mesmo
STF determinou a prisão do deputado Natan Donadon por desviar recursos
da Assembléia Legislativa em Rondônia.
Donadon foi sentenciado a cumprir 13 anos, 4 meses e 10 dias de
prisão. Regime fechado. Já está recolhido na Penitenciaria da Papuda.
Seus advogados tentam na Câmara a vitória improvável que lhe garanta a
manutenção do mandato. Seu gabinete foi fechado e os funcionários
demitidos. Pouco resta da memória parlamentar do deputado que está
passando seus dias numa prisão a uns vinte ou trinta quilômetros do
Congresso Nacional.
Patriarca - O procurador Geral da República abriu
processo contra a governadora do Maranhão, Roseane Sarney, filha do
patriarca e político de enorme dimensão, chamado José Sarney. E nos
próximos dias vai recomeçar a novela do mensalão quando alguns dos
acusados tentarão se livrar de penas maiores por intermédio dos embargos
de infringência. Condenados eles já estão. O que poderá mudar é a
extensão da pena.
Não é difícil perceber, com os exemplos recentes, que fazer política
no Brasil, no estilo do início do século vinte, está ficando cada vez
mais difícil. A questão do pagamento de propinas no estado de São Paulo
desde o governo Mario Covas tende a ganhar conotações partidárias.
Informes originários da Suíça dizem que “há evidências claras de
suborno” a projetos de energia em Furnas, Eletropaulo e na Usina de Itá.
E os contratos para compra de trens para a Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos- CTPM – estão sob investigação. A acusação é de formação
de cartel.
O clamor das ruas fez efeito. O primeiro, imediato, foi baixar o
preço das tarifas de transporte urbano. Nos vários níveis de
administração, os preços foram reduzidos. Em tal grandeza que
contribuíram fortemente para a desaceleração da inflação, um dos
motivos, aliás, que mobilizou o povo. O governo saiu correndo para
tentar recolher seus próprios destroços. O Ministro da Saúde fez, refez e
finalmente parece estar colocando de pé seu projeto de enviar médicos
para regiões carentes. Os brasileiros não se interessaram muito pela
novidade. Virão os militares e, por último, estrangeiros. Portugueses,
espanhóis e cubanos e outros.
O sistema cubano de exportar médicos é diferente. Eles são enviados
pelo governo, mas recebem a remuneração de Havana. O Brasil paga a Cuba e
não ao médico daquele país. É maneira de controlar o pessoal no Brasil.
Evitar fugas e manter o cidadão sob rigoroso controle. Portugueses e
espanhóis não deverão enfrentar problema semelhante. Vão desfrutar das
vantagens deste enorme país, ganhar um bom dinheiro e terminar se
fixando em algum ponto do território, mesmo porque não haverá grande
fiscalização. Nada impede que depois de alguns anos nos confins da
Amazônia, o médico abra um consultório em Copacabana.
Diálogo - A roseira balançou. A chacoalhada
promovida pelas ruas, que ainda não terminou, teve resultados
surpreendentes. A presidente Dilma Rousseff, de repente, esqueceu a cara
feia e passou a conversar com deputados de todos os partidos, inclusive
do PT. Abriu diálogo com empresários e passou a viajar pelo país. E, a
exemplo de seu antecessor, começou a dar entrevistas para emissoras de
rádio locais. É uma tática interessante e pouco utilizada no Brasil,
para chegar perto das pequenas comunidades. Em Varginha, sul de Minas,
ela prestou reverência até ao ET que teria visitado a localidade.
É possível ver em Brasília cartazes com o simples dizer: Fora Dilma.
No Rio, é fora Cabral. Em São Paulo, o alvo é Alckmin, Os políticos
estão tentando recuperar prestígio fortemente abalado pela convulsão
social. A barulheira das ruas está repercutindo muito em todos os
recantos da política nacional. A antecipação da campanha eleitoral de
2014 permitiu que o povo se manifestasse livremente. Desconheceu
barreiras. E a resposta foi essa. Descobriram que o país é rico, que os
impostos são altíssimos, os serviços públicos muito ruins e a inflação
incomoda. Não há sinais de que o movimento vá parar.
Quando o clima de Copa do Mundo começar a dominar o ambiente, na
antevéspera da eleição, a barulhada vai recomeçar com intensidade. O
Brasil de novo retornará as manchetes e os vândalos terão oportunidade
de quebrar vitrines e provocar incêndios localizados. São ingredientes
essenciais para uma boa foto de primeira página de jornal. Ou da
reportagem de abertura do principal noticiário da noite. Na relativa
tranqüilidade deste segundo semestre parlamentares, governantes e juízes
precisam correr. Os riscos de 2014 são excessivamente elevados. A
adoção do orçamento impositivo, que está perto de ser aprovado, acaba
com o toma lá-dá-cá entre Executivo e Legislativo. É medida
moralizadora.
A reforma política poderia ser reduzida ao mínimo. Basta ser criada a
chamada cláusula de barreira. Só partidos com representação no
Congresso teriam tempo na televisão e direito a receber verbas do Fundo
Partidário. Os evangélicos que estão espalhados por diversas siglas não
gostam da idéia. Ela, então, não prospera. Medida deste quilate faria
desaparecer legendas de aluguel. Pode ser aprovada por projeto de lei.
Não é necessário reforma constitucional, nem referendo popular.
André Gustavo é jornalista - VIA ABC POLITIKO
PENA...Que só agora, é que se vem notando essa Barbárie, em nosso PAÍS...
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